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quarta-feira, agosto 29, 2012

Amazônia. Primitivos habitantes - parte 3 -


Data de 1867 o estudo preliminar sobre as nações indígenas do Brasil, tendo como responsáveis João Batista Von Spix e Carlos Frederico Felipe Von Martins. Logo em seguida veio a contribuição de Carlos Von Den Stein, revista e ampliada em 1940 pelo sábio Paulo Enrenreich. Tornou-se  famosa pela divisão  tri-partida: Tupis-Guaranis, Nu-Aruaques e Caraíbas.
Anos mais tarde, graças `a interferência de Rodolfo Garcia, surgiu novo trabalho acerca das pesquisas de Paulo Enrenreich, com o lançamento de outra nação, a dos Jés, largamente espalhada em todo o território nacional. Em tal oportunidade é que  apareceram investigações sobre os Borôros, Carajás, Trumaís e  Nhambiquaras. Estes revelados pelo general Cândido Rondon e Roqueti Pinto, na área de Rondônia.
Estudados do ponto de vista lingüístico, eis uma das classificações dos silvícolas brasileiros – a de Capistrano de Abreu: 1) Tupis;
                   2) Cariris;
                   3)  Jês;
                   4) Caraíbas;
                   5) Maipures;
                   6) Guaicurus;
                   7) Charruas;
                  8) Minuanos;
                  9) Panos.
Por Tupi-Guaranis entenderam-se todas as tribos indígenas sul-americanas. A expressão  Tupi-Guarani é por si mesma vaga e imprecisa. Abrangeu populações existentes, nos primórdios, nas bacias fluviais do Amazonas, Paraná e São Francisco. Tribos que pervagaram ainda os territórios do Brasil, Uruguai, Paraguai, Norte da Argentina, quase toda a Bolívia e Guianas. Eis alguns grupos Tupis-Guaranis:
Amniapé, Amoipira, Anambé, Apanto,Apapocuva,Apiacá, Apigapictanga, Araboiara, Ararape, Aracajú, Araras, Are,
Ariquém, Aruá, Auetó, Avakukuai,  Avachiripa,
Boca Negra,
Caeté, Caiabi, Calioua, Camaiurá (canoeiros),Canoé(caripuna), Caririana, Caraíbas, Cheiru,
Digiit,
Emerilon,
Guaiaqui, Guaia, Guaiajara,Guakuara, Guaracaio, Guaiapi,
Jacundá, Jurimágua,
Kepriwat,
Makurape, Makiri, Manaié, Manajó, Manitisua,(Mbia),
Mequém, Miranha, Monde, Muriapintanga,
Naimiguara, Ntogapid,
Oguaiva,
Paiguaçu, paraiá, Prariana, Parintintim, Pawaté, Potiguara,
Sanamaikã, Sirionó,
Tabajara, Tamoios, Tañyguá, Tapanhoangukum, Tapieté, Tapiná, Tapirauha, Tembé, Temiminó, Timaona, Tupari, Turiuara,
Uaraguaçu, Uruburu ou Urubu, Urucu, Urami,
Viatã,
Warategaya, Wirafed,
Xibitaona e
Yvytyiguá.
Estevão Pinto descobriu na Amazônia entre outras, as seguintes tribos  vinculadas aos Tupis: Araras, Bocas Negras, Jurimáguas ou Solimões, Miranhas, Parintintins e Uruburus ou Urubus.
Já está posto em ressalte, em capítulos anteriores,  que o indígena da Amazônia foi submetido a duras provações e barbaridades, pelos invasores da época individos completamente ignorantes em todos os sentidos do termo. De gênio pacifico, curiosos, entrava logo nas áreas que estavam sendo povoadas. Já, de índole   rebelde, tinha pela frente os homens das chamadas Tropas de Guerras, que não lhes davam tréguas. Esse processo é que sofreu grandes alterações quando entraram em ação as Missões Religiosas.
A intercessão de tais  Missões , porem, nos trabalhos de chamamento do filho das brenhas, não obedeceu a um plano, nem trouxe, ate certa fase, resultado positivo. Jesuítas, mercedários, franciscanos, carmelitas, foram chegando a pouco e pouco. Incompreendidos pelos interessados na cata das drogas e no apresamento do silvícola.
Com a visita do padre Antonio Vieira ao teatro dos acontecimentos – a Belém do Pará, onde prescrutou com olhos de lince; ao estuário do Rio Amazonas e a ilha do Marajó – houve como que uma retomada de posição para a obra da catequese e do povoamento, sem as violências que vinham sendo cometidas.
Depois de percorrer aquelas áreas, com a percuciência de autentico privilegiado da inteligência, quer como salvador de almas, quer como condutor de homens, voltou Antonio Vieira `as plagas lusitanas, a fim de reivindicar as medidas assecuratórias de seu apostolado. Contou para isso com o apoio da coroa portuguesa. Logrou alcançar a proteção imprescindível, através da lei de 1653, com os descimentos disciplinados. Escolhidos os diretores  das tropas de resgate pelos religiosos, não haveria mais o perigo de irregularidades na escolha dos preados.
Os Jesuítas se tornaram, dai por diante, muito visados pelos que viviam da ESCRAVATURA VERMELHA. Dessa  posição de defensores da liberdade resultou insidiosa campanha de detrações. Chegaram a meandros dos rios acima citados, quaisquer que fossem os sacrifícios a dispender. Trabalho de  devassamento sem contemporizações.
Para esse empreendimento pioneiro, eram reduzidos os brancos, soldados e trabalhadores indispensáveis no próprio arraial do Presépio. Tudo teria que ser feito com ingentes esforços.  Logo depois da fundação  – deixou bem claro Arthur Porto, em seus livros preciosos – a população de Belém contava apenas com 80 habitantes. Casas de pau-a-pique, completa escassez de gêneros alimentícios, e o forte de pedra e cal. Mais o templo da igreja e conventos que residências, na opinião de um cronista.
Dai o surgimento, em 1626, das tropas de resgate e das tropas de guerra. Aquelas organizadas `as expensas da Fazenda Real ou articuladas `a revelia das autoridades, agindo clandestinamente.
Continua
 

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