A
chegada do homem chamado “civilizado” na Amazônia, já era ela ocupada por
centenas de tribos nômades,. Controvertidas, até os dias atuais, as versões
quanto ao numero dessas tribos. Cento e cinqüenta, na estimativa de Cristovão
da Cunha. Setecentas, na assertiva de Marktam. Três milhões, segundo o pronunciamento de Virgilio Correia
Filho.
De
trabalhosa identificação, pois, em sua origem. Irreconciliáveis na área de proporções esmagadora. Há
indícios veementes de que não eram autóctones. Etnólogos, antropólogos e
arqueólogos já comprovaram `a exuberância que vieram até `as plagas amazônicas
pelo estreito de Bhering, formando as legiões da civilização pré-colombiana.
Evoluídas
umas, conhecendo a arte da cerâmica e da tecelagem, a caça e a pesca, a cata das drogas do chamado
sertão e o trato com a terra. Em atraso outras, praticando inclusive a
antropofagia – aqui paira uma duvida, acredita-se que uma terra rica em frutos
tropicais, peixe em abundancia, caça nem se fala, seria impossível essa pratica
no coração da Amazônia, o que se sabe e é o mais provável é que chegando os invasores estúpidos e ignorantes, acostumados
muitos deles em suas terras civilizadas ao participarem de guerras e invasões a
primeira coisa que faziam era pegar as mulheres dos dominados e transformá-las
em seu vasos de desejos sexuais, isto feito em terras ameríndias onde de certa
forma viviam em paz, salvo quando entre eles - as tribos – haviam descontentas. Sabedores da forma
agressiva como procediam os invasores e sem defesas para com o seu povo eles
começaram a praticar este tipo de selvageria como forma de demonstrar o seu
poder aos chamados civilizados europeus que nem banho sabiam tomar enquanto as
tribos ali existentes tinham o habito de conviver diariamente com os rios em
forma de banhos, caminhos, e alimentação. Como faziam com as caças assim
passaram a fazer com os seus perseguidores, matavam e esquartejavam colocando
suas partes em cestos e desfilar
onde fossem visto pelos invasores,
aproveitavam para demonstrar as suas raivas comendo as peças de carnes etc...- como os Manjeronas
do rio Javari. Valentes e
agressivos, como os Nheengaíbas do Pará ou os Manaus e Muras do Amazonas.
Estes, canoeiros de ataques arrasadores. De estatura elevada, como os Curicurês
do rio Purus, ou como os Mutaiús,
<< anões tão pequenos como meninos de mui pouco tempo>>, conforme
depoimento de Cristovão da Cunha.
Quando
a expedição de Francisco Caldeira Castelo Branco, em 1616, aportou a Belém, já
havia na área recém-ocupada muitas tribos. Dentre outras, a dos Tupinambás, os
primeiros a colaborarem na construção do forte do presépio e das primeiras
casas do povoado.
Verdade
é que já em 1619, por incompreensões, esse contato amistoso desapareceu com o
ataque daqueles selvagens, sob as ordens do morubixaba chamado: Cabelo- de Velha.
Outras
tribos, porém, numerosas, aderiram
aos colonizadores, em termos prestigiosos. Cronistas constaram que eram os
filhos da selva que prestavam serviços domésticos, caçavam, pescavam e
carregavam água.
Ao
norte da Amazônia, consoante Miranda Neto, desde o Marajó – com o lago do
Ararí, o Pacoval e parte do Baixo Amazonas - até o Rio Negro, o rio Purus, o rio Jupurá e o rio Solimões,
dominaram numerosas tribos, que mais tarde foram classificadas, `a luz da
etnologia, e da antropologia, como os Aruaques. Ei-las, na ordem oferecida pelo
notável amazonólogo: Acaris, aghaguas,
Amanajás, Anajás, Antis, Araris, Atoraís, Banivas, Baurés, Caías,
Catopolitanos, Catoquinas, Caumaris, Cuatis, Culinas, Custenaus,
Gaturanas,(Corutanas), Coajiras, Guajaras, Guanás, Iamamadis, Ipecas, Ipurinãs,
Javiteiros, Jurumas, Maipures, Mamainas, MANAUS, Mapuas, Marauanás,
Mehinacus,(Meinacus), Mocoões,Moxós, Muanás, Paumarís, Pauxís, Pirós, Purupuros, Parecis, Pacés, Sacacas, Siuissís, Tainos, Tapiras, Tarianos, Tarumãs, terenos, Ticunas, Tucanos, Uapichanas ou Vapichanas,
Uarequenas e Vaurás.
De
tais tribos, algumas também apareceram na área hoje denominada de Amazônia
Ocidental. MANAUS, Barés, Banivas E Pacés, que assistidos pelos
carmelitas, concorreram para o desenvolvimento e povoamento da futura cidade da
Barra. Catopolitanos, Catoquinas, Iamamadis, Siuissis, no Solimões. Purupurus,
ou bugres malhados – portadores de uma dermatose – que viviam pelas margens do
rio Purus. Tarumãs que, em 1657, foram aldeados pelos Jesuítas. Depois, vindo
do Boioçu – onde primeiro se instalaram – permaneceram nas proximidades do
Forte de São Jose da Barra, e ali deixaram o nome ligado `a área, hoje
conhecida como Tarumã, que ate um certo tempo era um recanto aprazível - que
tinha uma bela cachoeira onde podia-se escalar por entre as pedras e a água que caia dela - do turismo
regional próximo a Manaus. Ticunas
que, segundo Anísio Jobim, eram terríveis envenenadores. Tucanos e Uapichanas,
que inda possivelmente, proliferam no Rio Negro.
Em
toda a extensão do Rio Solimões
dominavam os Cambebas ou Omáguas, cujo traço físicos prinicipal era a cabeça
deformada `a maneira de mitra de bispo. Outra singularidade desses silvícolas: revelaram aos civilizados
os segredos da extração da borracha.
Continuamos
O
agente Wickham
Henry Wickham - o espião da borracha
a brutalidade da “febre da
borracha” na selva amazônica no final do séc. 19. “Descoberta” por monsieur Charles Marie de la Condamine
durante sua expedição de 1736 ao Equador, mas conhecida há séculos como cahuchu ou
caoutchouc por quase todas as tribos indígenas da Amazônia ou como pau de xiringa pelos conquistadores
portugueses, a hevea brasiliensis e o látex dela extraído (substância perecível e pegajosa, devido à ação da
temperatura) são redescobertos
como produto de
utilidade industrial com a invenção
da técnica de vulcanização pelo britânico Charles Goodyear em 1842; época em
que a vila da Barra do Rio Negro
fundada pelos portugueses, se reinventa como a cintilante Manaus da febre do “ouro branco”. O certo é que o ocaso do ciclo da
borracha já se escrevia desde 1876, como crônica de um desastre anunciado.
Indios da Amazonia sendo escravisados por Henry Wickham para o trabalho forçado e roubo da seringueira da Amazonia.
Seu autor: Henry Wickham,
aventureiro fracassado do British Empire, boçal e imperialista convicto. Este
desembarca em Santarém e mediante a arregimentação de indígenas ingênuos,
consegue coletar 70 mil sementes de seringueira, que são escondidas em 819
cestos com castanhas do Pará e contrabandeadas pelo capitão Murray a bordo do
cargueiro Amazonas para Liverpool, e
de lá para o Jardim Botânico de Kew, na
Inglaterra. Wickham fez seu primeiro pé-de-meia recebendo 10 libras esterlinas
por cada lote de 1.000 sementes viáveis. Essa operação de contrabando e imperialismo
biológico mudaria o curso da História Mundial na véspera da 1ª. Guerra mundial,
quando as primeiras sementes da seringueira germinavam em solo da Malásia e da
Índia, quebrando os barões da Amazônia. E causaria ainda o maio desastre para
uma região que surgia independente do resto do Brasil. Desastre que veio ate os
anos 60 prejudicando varias gerações no coração da Amazônia brasileira. Com o
roubo cometido e sem punição por parte do governo brasileiro temeroso que a
Amazônia fosse desmembrada do resto do pais, e que possivelmente foi conivente
com a saída do nosso ouro branco, pois a prosperidade da região era visível aos
olhos dos resto país que lá para baixo da linha do equador se debatia em
sobreviver pendurados nas asas do poder, fechou os olhos e este sujeito inglês a
mando de alguém poderoso `a época
executa o seu papel de espião e
ladrão `a luz das autoridades locais.
Manaus a capital dourada e replica de
uma Paris e Londres juntas, onde se desfilavam carruagens e peças de teatros,
bondes elétricos, ruas calçadas do mais nobre paralelepípedos – espécie de
tijolo cinza – calçadas de tacos de borrachas, dos cafés e lojas como a famosa
Ala Vide de Paris, dos chafarizes e bancos de formatos das frutas tropicais
foram caindo no esquecimento sob a sombra silenciosa do teatro Amazonas. Quando
despertamos para a vida nos anos 50 olhávamos para aquele monumento esquecido
fechado e sombrio, estudávamos `a luz de velas, as ruas sem luz até mesmo seus lampiões se apagaram. E para
terminar de fez com uma das coisa úteis que ainda nos restavam e podíamos
usufruir, os bondes ingleses, um jovem governado troca-os por ônibus que chegavam de São Paulo da nova
fabrica de transporte modernos, levados para volta redonda foram por lá
transformados em lingotes de ferro. Assim ficávamos sem nada, a única faculdade
que tínhamos era a de direito e que se formava ia trabalhar nas poucas lojas
que se mantinham vivas, sem emprego muitos deixavam a cidade em busca de novas
terras. Este foi o resultado de um trabalho bem elaborado para desbancar um
projeto de desenvolvimento de um região sem se preocuparem com o povo que ali
vivia e vive. Para muitos a Amazônia se preciso deve ser transformada em um
zoológico natural, custe o que custar.
Foi preciso que a partir de 1964 no
governo do Dr. Cezar Ferreira Reis o Amazonas desce a volta por cima. Manaus
volto a sair do esquecimento em que vivia, Artur Reis, mandou a cara do Estado,
criou universidade, providenciou luz para a cidade pois a que tinha era meio de
votos para os políticos anteriores que a usavam como castigo para os o povo.
Sim castigo, se um bairro não desse seu voto ao político vencedor já sabia que
durante todo o seu mandato não teria luz. O único erro de Artur reis foi ter
criado a zona franca, quando deveria ter feito o desenvolvimento de
interiorização do homem ao seu meio, no cultivo da pesca em açudes dando
suporte para volta a ser cultivado as florestas de seringueiras e o seu
processamento local como fonte geradora de empregos aos filhos da terra. Quando
no senado Federal como assessor do então senador João Bosco Ramos de Lima
planejamos um ensaio para redirecionar a chama zona franca que com a sua
instalação criou-se um bolsão de migração e com isso com uma população
desordenada a cidade foi perdendo a sua forma para a qual foi planejada por Eduardo Ribeiro. Manaus era para
ter a característica mista de Paris, Londres e Veneza, com seus canais de
igarapés, hoje aterrados, por onde passariam as catraias – canoas com cobertura
e movida a remos tipo faias –. Bem, agora esta aí de certa forma feia, com suas arquiteturas populares tipo caixotes, assim sua beleza atual fica a
desejar, seus chafarizes
desapareceram da cidade, suas belas arquiteturas ficaram limitadas, outras
ruíram. Tudo resultado de indivíduos que só pensaram em tirar proveito para si
próprio.
Continuamos
Nenhum comentário:
Postar um comentário