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segunda-feira, agosto 06, 2012

Fundação de Belém – 2 parte –


Vida penosa, a dos primeiros anos. Nos termos de informe dos Jesuítas, referiu-se Capistrano de Abreu a dificuldades com que lutaram todos, superiores e subordinados. “Anda-se mais por água, e poucas são  as canoas Faltam o açougue, a ribeira, a horta e as tendas do comercio habitual”.  Aos  quais eram acostumados em sua terra. Arthur Porto volta a esclarecer: “Para se ter pão, é preciso fazer a roça; para se comer carne, ha de se ter caçadores; e pescador para se comer peixe; lavadeiras para se usar a roupa limpa; canoas e remadores, para se ir a qualquer lugar.”
Com reduzida população de 80 habitantes, a desproporção de quatro conventos. Não basta para satisfazer os empenhos da devoção forcada, o que essa gente ganha durante o ano.
Quando o padre Antonio Vieira apareceu em Belém – diz João Lúcio de Azevedo – a cidade ainda era mesquinha e atrasada. Apenas repartida em dois bairros: o da cidade e o da Campina, com duas largas ruas, a da Industria e a de Santo Antonio. Da vasta praça da Matriz  partiam as ruas. Ao cabo delas ficavam os conventos das Mercês e dos Capuchinhos, e a Casa da Misericórdia. Fora da cidade ficavam as aldeias dos ameríndios “chamados `a civilização,”  e no seio das quais se encontravam os flecheiros e os braços para a agricultura. A vida da cidade entrou em ritmo normal só depois da expulsão dos entrelopos - Relativo a contrabando. Ação desses entrelopos era apoiada por Francisco I, rei da França, que se recusava a aceitar as determinações do Tratado de Tordesilhas. - e da submissão dos silvícolas.
Esses habitantes primitivos, os verdadeiros donos da terra sob a tutela da conquista, eram os Tupinambás, os mesmos que pervagavam as províncias do sul. Nações estas, no conceito de Andre Pereira, de “bugres mui bem encarados, sem barba e usando cabelos compridos como de mulheres”. Nações outras belicosas que colocaram em alvoroço a base de operações das tropas de Castelo Branco.
Irrecusavelmente, enquanto Arthur Porto, por exemplo, procurou argumentos para justificar a boa índole dos íncolas paraenses, a verdade é que, pouco depois dos trabalhos de assentamento da cidade, fizeram eles, os Tupinambás e os Pacajás, ataques impetuosos, pondo em perigo a obra “civilizadora”.
Dominado o gentio pela força com muitas mortes diga-se,  e expulso os chamados “intrusos” – isto tudo no prazo de dez anos – executaram os governantes do Grão- Pará, predecessores  de Francisco Caldeira Castelo Branco – de Baltazar Rodrigues de Melo, que o depôs, a Feliciano Coelho de Carvalho – três objetivos fundamentais de ocupação: a) o devassamento da hinterlândia, quer pelo Tocantins, Xingu e Tapajós, quer pelo Rio Amazonas e seus afluentes; b) chamado o bárbaro `a civilização pela catequese; c) povoamento, enfim, pelos processos disponíveis.
Hercúleo o trabalho do devassamento. As entradas – expedições – tornaram-se memoráveis aos interesses do invasor, como a de Pedro Teixeira ou a de Pedro da Costa Favela. Aquele o cabo de guerra singular, que cobriu, a pé, o longo percurso entre Belém do Pará e o Maranhão, com depois subiu o Rio Amazonas até `as fronteiras com o Peru. Notabilizou-se  o segundo como autentico predador, na casada aos homens bronzeados, sem quaisquer piedade, fazendo milhares de órfãos inocentes, deixando mães `a sorte dos seus homens para abusarem delas e muita serem mortas. Ate hoje nunca ouve um pedido de desculpas por parte de Portugal ou Espanha pelas chacinas que cometeram no continente brasileiro, e nos dias atuais por um banal revolução de idéias de comunistas e não comunistas no Brasil a de 64 todos os envolvidos  cobraram pensão   porque não feita as suas satisfações de transformarem o Brasil em um pais comunistas e os quais hoje  implantam a corrupção  descarada e nada acontece.
Duas mentalidades inconciliáveis. Pedro Teixeira, o fundador de Franciscana. Pedro Favela, o arrasador de selvagens do Rio Urubu.
O trabalho das missões Religiosas vai ser fixado em outro capitulo. Com o crucifixo nas mãos e as orações nos lábios, falando em termos suasórios, os sacerdotes das Missões empreenderam a consolidação da conquista, ensinando que o chamado `a civilização tinha que ser obtido pela graça divina.
Esse o sentido mais elevado da catequese. Por meio dela concordou  de certa forma o ameríndio  com o trabalho dos primeiros anos, a cata das drogas do sertão – que sertão? Se tudo era selva? – e o preparo – eram obrigados a fazerem o roçado, ou não recebiam alimentos – da  terra. Vinculado `as Missões – inicio dos povoados, das vilas e das cidades – decifrou o enígma das selvas e das águas. Caçou os animais e extraiu os produtos. Pescou e revelou ao mundo “civilizado”, a riqueza ictiológica da imensa mesopotâmia.
Foi da catequese – do entendimento lançado entre o aborígene  e o branco – que se processou a assimilação de certo modo de vida do homem planiciário, desde o uso da rede ao folclore virginal.
O colono europeu – dilucida Estevão Pinto – aprendeu a lavoura e o preparo dos alimentos que ainda hoje são ingeridos. Saboreou as frutas, as castanhas, as farinhas, as papas, os mingaus, os beijus, as paçocas, o moqueado, a mixira e a moqueca. Deu aplicação `as resinas,  `as gomas. Ao urucú, aos óleos,`as favas, ao algodão, `a piaçava aos materiais de construção. Aprendeu a fazer mezinha. Utilizou também os balaios, os aturás, as gamelas, as cuias, as esteiras, as peneiras, o pilão, os potes e as quartilhas. Fabricou os apetrechos de caça e de pesca. Deu curso `as lendas, superstições, folguedos e danças populares.
Nada obstante as providências levadas a efeito, no interesse da comunidade em crescimento, atuação de Francisco Caldeira Castelo Branco entrou em declínio.
Faltou-lhe a calma necessária para sobrepor-se `as injustiças do meio que se apresentava hostil, tudo no inicio era difícil, e não poderia ser diferente, indivíduos totalmente despreparados e sem conhecimento daquele cenário que se apresentava, água, selva e nativos aos quais tratavam como animais, indivíduos de milenares liberdade, somente lutavam com seus inimigos da mesma espécie, se viam agora com essas criaturas, que tinham surgido do mar e os humilhavam transformando –os em escravos da lavoura que nunca tinham convivido. Por outro lado se detinha com as reclamações dos seus companheiros de aventuras que não conseguiam se adaptar ao meio, para eles tenebroso e traiçoeiro, poucos dormiam com medo muito ficaram loucos por conviverem com as imagens das matanças as quais praticavam em busca do El Dourado que nunca foi encontrado. Por isso que devemos nos debruçar sobre o tema das Amazonas, historia inventada por déspotas para não serem punidos pelo derramamento de sangue que praticaram ao longo das margens do Solimões e Amazonas, sim, verdadeiros bandidos, assaltantes que as centenas de homens  nativos mataram e acorrentaram para serem castigados muitos ate a morte ou serem levados para as suas distantes terras como testemunho do investimento para os ignorantes reis – pois muitos nem ler sabiam – da  época. Assim quase  sem homens nas tribos as mulheres tinham que se defender dos implacáveis tiranos que não paravam de subir os altos rios esfomeados por drogas e ouro de complemento de sexo, e vendo aquelas mulheres completamente nuas não tinham como deixa de investir sobre elas. Assim transformara-se graças as desculpas mentirosas  de Orellana e outros mais que as apelidaram de Amazonas, criou-se inconscientemente  a homenagem as viúvas heroínas solitárias do país verde. As Amazonas, o Amazonas, a Amazônia.
Em 1618, com o assassinato, a punhaladas, do capitão Álvaro Neto – um de seus bravos colaboradores – a opinião da cidade se dividiu. De um lado formaram os que exigiam a punição do culpado. Do outro se manifestaram os que compactuavam com o criminoso, Antonio Cabral, sobrinho do capitão-mór.
A proteção injustificável – benignidade para com o homicida e prisão para os inflexíveis, entre os quais os capitães Paulo da Rocha e Tadeu Passos – gerou a revolta, e indicou a solução adequada. Quando deflagrou o movimento, sob o comando de Baltazar Rodrigues de Melo, contando com setenta homens, Francisco Caldeira Castelo Branco enfrentou os opositores e tentou puni-los. Foi então deposto e colocado a ferro a 14 de setembro de 1618.
Enviado a Lisboa, em maio do ano seguinte, ali faleceu....
Fim



  

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