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segunda-feira, junho 25, 2012

AMAZONIA – parte 5 (A) –


Expedição de Ursúa 
Quando Cristovão Colombo chegou a Guanaaní, em 1492, já corriam entre seus nativos e outros tantos aventureiros que por lá já se encontravam, contando e ouvindo tentadoras versões sobre a existência de fabulosa riqueza na região descoberta. Velhos morubixabas, detentores dos segredos da selva, falavam sobre um país,   não muito distante, atravessado por um mar branco.
Nesse pais, tão exuberantemente dotado pela natureza, as águas jogavam `as praias alvinitentes, e profusão, areias de ouro e partículas de diamante. Os nativos sabiam e sentiam o porque da presença daqueles homens de fantasias coloridas - que nos dias de hoje só vamos encontrar nos carnavais da Sapucaí no Rio de Janeiro, Brasil – revestidos de poder, ganância e posse. Para humilhar e tirar dos nativos informações que levassem a matar as suas fomes, já chegavam atirando, matando e fazendo prisioneiros, dessa forma sentiam-se dono da situação. Sem conhecer o tipo de gente que ali habitavam os quais deixavam transparecer submissão sem se aperceber da realidade, os nativos sábios, criaram cenários fantasiosos para que eles mesmos – os aventureiros – se  destruíssem.
Isto me faz lembrar quando fazíamos a estrada Manaus Porto Velho, a corrida para ocupação da Amazônia brasileira, época em que foi ampliado o território amazônico para terem mais dinheiro do exterior, e isso é o que causa a má interpretação do desmatamento e queimadas na “Amazônia”. Chegou ao nosso departamento de estudos e projetos um  dia um engenheiro vindo da Inglaterra funcionário de uma das empresas de estudo do solo e da medição da topografia do terreno. Apresentou-se  dizendo que ali estava para fazer a medição  e levantamento topográfico da futura estrada e sabia de ante mão que não tínhamos profissionais preparado ao seu nível e que o povo da selva não conheciam o serviço para o qual ele foi contratado, por isso, sabedor das dificuldades que iria enfrentar gostaria de que todos ali obedecessem as suas ordens a partir daquele momento. O nosso chefe de equipe que falava um bom inglês contestou a sua arrogância de sabedoria e disse: Acredito que o senhor dever ter suas razões  para logo assim de cara nos colocar contra uma falsa parede, possivelmente o senhor deve ter lido sobre nós amazonicos, muito pouco, ou nada. Aqui a sua frente está um amazonense, filho de pais amazonense, engenheiro civil, que sou eu; com graduação na Alemanha funcionário deste departamento de estrada de rodagem já alguns longos anos;  a minha equipe aqui presente é formada por outros engenheiros, desenhistas, topógrafos, leitores de aerofotogrametria (aerofotogrametria. Como o nome sugere, são fotos, em escala, tiradas por uma câmera, em um avião, em pleno vôo.  Com o conjunto de fotos, faz-se a montagem de toda a área a ser representada). Todos  até o momento colaborando com o projeto RADAM, que faz a cobertura fotográfica   de toda a Amazônia brasileira.  Jovens militares vindo especialmente com seus conhecimentos servir entre nós, recém saídos de Rezende no Estado do Rio de Janeiro. Como sugestão gostaria que o senhor com calma procurasse ver o nosso trabalho e sem duvida terá de nós caboclos todo o apoio, afinal é para isso que aqui estamos. O homem não se deixou abater e nada disse mais, passaram-se os dias meses ele entre Manaus e a frente de uma equipe de topógrafos enfrentava a selva traçando o perfil da futura Manaus Porto Velho. Certo dia o homem abatido e arrastando um pouco o português e deixando transparecer medo, sim medo. Procurou o nosso chefe e desabafou: não sei o que esta acontecendo, meus calculas estão dando errado e não consigo encontrar a ponta da linha, tenho anos de experiência em varias partes do mundo e nunca me aconteceu isto, traço o perfil com os teodolitos e réguas faço o calcula nesta minha maqui de calcular que é a novidade do momento – uma maquina manual em forma de cilindro,  pequena com uma alavanca giratória no seu eixo central -  confiro  a lentura que vocês fazem e tudo parece estar correto e quando vamos para o campo e aplicamos no solo aparece no final um desvio de rota.
Nosso chefe ficou a pensar e ao mesmo tempo curioso, e finalmente se prontificou em colaborar com o gringo e tudo esclarecer. Mas uma lição ficou para ele; saber chegar nos lugares que não conhece. Tempos depois soubemos que um dos nossos colegas era o causador de tudo, redirecionava os cálculos e assim provocava os erros dos cálculos do gringo.
Voltando; Manoa  era a cidade de tais encantos, como sede do governo.  El dourado era o homem que a dirigia com todos os requintes do conforto e do luxo, em palácio de prata, de telhados reluzente.  A navegação  ainda era difícil,  naquele distante século XV,  e as preocupações se impunham, para quem porventura a desejasse penetrar em regiões ignotas. Em todo caso, convinha ir ao encontro do “tesouro” ambicionado.
Alcançando o Haiti, meses depois, com objetivo de examinar no próprio local as minas decantadas mais além, ali defrontou com novo obstáculo. Demorava mais além, em direção do oriente, o pais prodigioso. Na presunção de outras desilusões, desistiu o bravo marujo de continuar a viagem desistiu e enveredou por outras rotas, porque se perdiam no infinito os domínios a percorrer.
Com a visita de Francisco Orellana a Carlos V. Na Espanha – ocasião em que foi o rei informado sobre as seduções da “Nova Andaluzia” – voltou `a baila a riqueza do “pais distante”.
Dessa vez com mais vigor, face `a presença, em Sapapoia, no Peru, de mais de duzentos peles bronzeadas, para os quais a cidade Manoa existia, de fato, nas brenhas que vinham de ser por eles perlustradas.
Eis ai a razão pela qual armou Pedro de Ursúa  cavaleiro em busca da prata e das pedras preciosas. Herói  chegado de árduos combates no Panamá, e com suficiente experiência da vida, foi o homem indicado para o desempenho de tão importante comedimento.
Não lhe faltou, para tanto, o estímulo do rei. Alem do titulo de “Conquistador das Amazonas”, recebeu a soma de quinhentos mil pesos em ouro da Caixa Real, para os preparativos da expedição.
De Lima vieram contratados  calafates e serralheiros, para a construção das embarcações. Erigiu – se pequenos estaleiros `a margem do hualhaga, no sitio denominado Topesana.
Com as instalações acima citadas, construíram os operários onze navios, doze bergantins e nove barcos. Em momento oportuno trezentos homens formaram nos tombadilhos dessas unidades fluviais, armados de arcabuzes e bem municiados de pólvora. Dois mil aborígenes e quinhentos cavalos completaram as forças aparelhadas.
Quase concluídos os trabalhos da construção, empreendeu Pedro de Ursua viagem a Lima, a fim de despedir-se do vice-rei, segundo a tradição da época, e ao mesmo tempo para solicitar instruções.
Por motivos imperiosos, ali – em Lima – se deteve por um ano e seis meses. Semelhante imprevisto  ocasionou vultosos prejuízos `a expedição. Independente da tropa, que sofreu alterações, chuvas copiosas danificaram as embarcações. Daí a necessidade de recuperá-las, enquanto operários construíam canoas e balsas para os trabalhos suplementares...   
Continua o tema Pedro Ursúa

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