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segunda-feira, abril 23, 2012

AMAZONIA E SUA HISTORIA – parte 1

*Este tema é dirigido aos meus ex-alunos de Historia Universal em Brasília, que solicitaram alguns temas os quais vou tentar reescrever virtualmente: Começamos uma serie sobre Amazonia.
 
EM 1931, ainda em plena mocidade, conduzindo o élan das inteligências do sul – recém-formado que estava pela faculdade de Direito do Rio de Janeiro – Arthur César Ferreira Reis plantou um marco legendário, nos amplos domínios das letras do Extremo Norte, com o lançamento de <<Historia do Amazonas>>,  editada  pelas oficinas gráficas de Augusto reis, nesta capital. Com esse livro, o primeiro de um elenco de quase trinta, que por ele trouxe a luz, o preclaro conterrâneo logro incorporar-se `a numerosa falange de homens votados `as lucubrações literárias com a eclosão, em 1922, da Semana da Arte Moderna.
Evidentemente, com ele surgiram, em 1931, Raul Bopp, com o poema <<Cobra Norato>> - naquele  tempo festejado em todo o pais, já em 9.ª edição  - e Lauro Palhano com o <<Gororoba>>.  Em 1932  Araujo  Lima ofereceu <<Amazônia a Terra e o Homem>>  - um ensaio antropológico de inexcedível sucesso de livraria `a época – e Abguar Bastos, estreando como romancista, apareceu com <<Amazônia Que Ninguém Conhece>>. Outro escritor, Francisco Galvão, que militou na imprensa e na política amazonenses, produziu, em 1934, <<Terra de Ninguém>>. Em 1935 além da estréia de Ramayana de Chevalier ( pai da minha amiga Barbara Beatriz de Chevalier) – lançando <<No Circo sem teto da Amazônia >> - Lauro Palhano  trouxe `a baila seu segundo livro <<Marupiara>>. São de 1936 <<Certos Caminhos do Mundo>>, de Abguar bastos, e  <<Ciclo do Ouro Negro>>, de Viana Moog. Nada obstante os tumultos políticos do pais, 1937 ensejou quatro obras de indiscutível receptividade: <<Safra>>, de Abguar Bastos, <<Vocabulário de Crendices Amazônicas>> e <<Seiva>> - ambos de Osvaldo Orico – e <<Gleba>> Tumultuária>>, de Aurélio Pinheiro. Em 1938 sairam <<Em Busca  do Ouro>>, de Aurélio Pinheiro, <<Os Igaraúnas >> e <<Mirante do Baixo-Amazonas, de Raimundo Morais. Em 1939, finalmente, encerrado com requinte de bom gosto essa farta década de trabalhos, veio `a luz, em 1941,  <<Chove nos Campos de Cachoeira>>, de Dalcídio  Jurandir.
De lá para cá, através de ensaios e monografias, outros pesquisadores seguiram os passos de homens de letras, como Anísio Jobim e Mario Ypiranga Monteiro...
Em 1966, com a ascensão de Arthur Cesar Ferreira Reis ao governo do Estado do Amazonas levado pelo movimento de 1964, que evita que o Brasil caísse nas mãos dos comunistas e logo tivéssemos a interferência soviética via Cuba. A chega de Arthur Reis tira o Amazonas – Manaus -  do sono profundo do descaso que os políticos anterios a ele davam ao Estado. Vivia-se antes de 1964 sob a briga dos governos individualistas que só se beneficiavam e quando faziam algo para o povo era tudo sombrio, prevalecendo seus interesses pessoais. Não se tinha luz na cidade, e quando apareceu era dividida em duas etapas, um dia era para um bairro e no outro dia ao outro bairro e assim dia sim dia não tínhamos a cidade de Manaus as escuras, estudava-se muito nas escuras com velas somente. Uma parte da juventude encabeçada por alguns que nos dias de hoje tornaram-se governadores ( não comunistas, mais sim comonisso) eram na época os maiores articuladores do movimento pro comunismo. Mas, graças que tudo saiu bem diferente, vencemos, assim, saímos da escuridão de anos desde a queda ou do roubo da borracha; para o Amazonas o movimento de 64 foi muito bom voltamos a estudar com dignidade e sentindo das autoridades, o respeito pelo povo. Tirou-se do centro das decisões  os bajuladores e entreguistas, os não patriotas mas, lambedores dos sovieticos  vermelhos e dos criminosos Fidel Castro que até hoje não foi punido pela matança que fez no seu pais quando chegou ao poder, e o verde e amarelo bem brasileiro venceu. O Brasil, é um pais que não precisa de copiar ninguém para ser uma potencia o que nos falta é pulso forte nos dias atuais, dignidade e volta a ter respeito pelo povo.  Com  Arthur Reis deixamos a escuridão, entramos na  luz da energia que não se tinha, da cultura e da educação, ouve que como um RUSH nas letras manauaras.
Conquanto sem tempo para escolha mais apurada, deu pleno  << apoio a intelectualidade  atuante>>, e prestigiou-a mandando trabalhos, já prontos, para os prelos, através das <<Edições do Estado>>.
Arthur Reis declarou <<que no começo de sua vida intelectual, ainda cheio de entusiasmos, tentou uma <<Historia do Amazonas>>.  <<Ação ousada, mas impunha-se elaborá-la com urgência, para dar fundamento `a conscientização que pretendíamos criar nas novas gerações, preparando-as para um estado d’alma permanente no particular dos dias que se seguissem para o Amazonas>>.
<<Numa reedição que se tivesse de fazer – disse com a franqueza que lhe era habitual – a <<Historia do Amazonas seria inteiramente refundida e acrescida.
Os elementos novos são imensos e autorizam uma outra realidade, disse ele....
ANTES, OS ESPANHOIS
Bem avisado andou Arthur Cesar Ferreira Reis ao afirmar, no prefacio  de <<AMAZONIA>>, da lavra de Jarbas Passarinho, que a historia da conquista desta vasta área começou no Pacifico. Nos dias em que Francisco Pizarro, então no esplendor de suas aventuras perante os incas, no Peru, houve por bem designar o próprio irmão Gonçalo Pizarro para desvendar, além-fronteiras, na direção leste, o <<pais da canela>>.
Em verdade, naqueles idos, duas famosas esquadras disputavam a soberania dos mares: a espanhola e a portuguesa. A espanhola, já `as voltas com o heroísmo de Sagres, lançando <<por mares nunca dantes navegados>> as caravelas  que percorreram a África e depois a América.
3 caravelas – Santa Maria, Pinta e Niña, pequena frota – zarpou de Palos, a 3 de agosto de 1492, sob o comando de Cristovão Colombo com ligeira Parada nas ilhas Canárias  - ligeira, na época era coisa de um mês mais ou menos - ,  para reparo numa das embarcações, seguiu  depois com destino `as índias.
Eis que, a 12 de outubro daquele ano, deu o navegante com terras, a que denominou de San Salvador – já conhecidas como Guanaaní  pelos nativos. Segundo os cronistas, assim Colombo como a própria tripulação das caravelas jamais souberam que haviam revelado ao mundo um novo continente. Morreu o senhor navegador acreditando que, em vez de terras da America, pisara, sim, terras dos amplos domínios do imperador da China.
É verdade que , para outros observadores, a memorável viagem obedecera a um plano já posta em pratica há mais de um século, ou seja, `a procura de novas rotas entre a – península Ibérica na época,  que compreendia Portugal e Espanha - Europa e Ásia.
Do ponto de vista cientifico, a genial revelação eliminou para sempre as duvidas acerca de mistérios  divulgados amplamente na antiguidade e na idade média. Desapareceram lendas de serpentes gigantescas e sereias fascinantes. Em vez de tais fantasias, foram postos em pauta, para audaciosas investigações, animais exóticos, religiões não reveladas e constelações de outros firmamentos.
Com o propósito de ressalvar o predomínio sobre o mundo descoberto por Cristovão Colombo, a coroa espanhola alcançou do papa Alexandre VI a Bula Inter Caetera, de 14 de maio de 1493.  Essa Bula, ao que informam historiadores, fixou uma linha divisória entre terras portuguesas e espanholas, a qual deveria passar a 100 léguas  do arquipélago de Cabo Verde, ficando assim a África para os portugueses e a America para os espanhóis.
Portugal, por sua vez, diante de tal Bula, fez uma espécie de pedido de reconsideração, em proveito de suas conquistas nos mares. Foi feito em caráter solene D. João II (I 481-1 494), no sentido de outra linha demarcatória lhe fosse mais favorável na parte ocidental.
E assim teve o famoso Tratado de Tordesilhas, assinado na cidade do mesmo nome, a 7 de junho de 1494 – e aprovado pelo papa Julio II, em 24 de janeiro de 1505 – através do qual Espanha e Portugal aceitavam um meridiano de 370 léguas a oeste de Cabo Verde, como liinha divisória de suas possessões. Nesse mesmo Tratado vinha especificado que navios espanhóis não cruzariam o Cabo da Boa Esperança, a menos que se tratasse de viagem de retorno da Europa – ou mais certo a península Ibérica, antes assim denominado para os dois países antes, só depois doa criação  da Comunidade Europeia é ambos passa a  ser denominar Europa -,       
Essa linha de Tordesilhas – ensina Ernani da Silva Bruno – traçada de pólo a pólo, 370 léguas ao poente das ilhas dos Açores e cabo Verde, e que corresponde mais ou menos a uma que se desenhasse de Belém (Pará, Brasil) a Laguna (Santa Catarina), ou, segundo outros cálculos. Da baia de Maracanã (Pará) a Iguape (São  Paulo) – marcaria a fronteira de domínio dos dois países Ibéricos que foram “pioneiros” de descobrimento ou posse no caminho do que se chamou para eles  `a época  de Novo Mundo. Dai para o Oriente, possessões portuguesas, e para o Ocidente, espanholas.
A Amazônia, como se vê, pelo referido Tratado, pertencia `a Espanha. De Belém do Pará até  ínvios sertões desvendados pelos expedicionários de Gonçalo Pizarro. Só mais tarde, muito mais tarde, é que os luso-brasileiros se tornariam donos do enorme espaço mercê da bravura das Tropas de Resgate e de Guerra, bem assim das missões religiosas, que tudo envidaram a prol do “chamamento da gentilidade `a civilização” que se instalava pela calha e barrancos do rio mar em cortinado pelo verde impenetrável a selva.  
Justificáveis, assim, as visitas de Vicente Yañez Pinzon e Diogo de Lepe `a foz do Rio Amazonas, pouco antes do surpreendente – ou programado, que é mais correto - feito de Pedro Álvares Cabral.
A viagem de Vicente Pinzon, segundo fidedignos elementos elucidativos, foi iniciada em 18 de novembro de 1499, do porto de Palos (A produção do material, com várias referências históricas e imagens foi organizado pelo historiador palense Julio Izquierdo Labrado, autor da tese que assegura que foi no Cabo de Santo Agostinho que em 26 de janeiro de 1500 aportou o navegador espanhol Vicente Yañez Pinzon.
Havia grande polêmica sobre qual teria sido o verdadeiro ponto de chegada, se no Cabo de Santo Agostinho ou em Mucuripe, no Ceará.
É de Julio Izquierdo a produção também do artigo sobre o Cabo de Santa Maria de La Consolación, primeiro nome dado pelos espanhóis ao Cabo de Santo Agostinho.
Palos de La Frontera é um município da Espanha situado na província de Huelva, na comunidade autônoma de Andaluzia, sudeste espanhol.
Palos de la Frontera é conhecida mundialmente como la cuna Del Descubrimiento de América ( berço do descobrimento) já que foi desta cidade que se preparou a primeira viagem de Cristovão Colombo. Ele partiu do porto de Palos em 3 de agosto de 1492, chegando em 12 de outubro do mesmo ano em terras do continente americano.
Foi desta mesma cidade que em 19 de novembro de 1499 partiu o filho ilustre de Palos, Vicente Yáñez Pinzón que culminou com sua chegada em terras cabenses em janeiro de 1500.
Em janeiro de 2000 o historiador Julio Izquierdo Labrado veio ao Cabo de Santo Agostinho com uma comitiva encabeçada pelo prefeito Carmelo Romero Hernández. Na ocasião foram comemorados os 500 anos de descobrimento do Brasil não pelo português Pedro Álvares Cabral, mas sim pelo navegador espanhol Pinzón.
Eram quatro os navios que, depois de ligeira ancoragem nas Canárias, atingiram o arquipélago de Cabo Verde. Em seguida,  tomando o rumo de sudoeste, atravessaram o equador,  alcançando, a 28 de janeiro de 1500, um  cabo que recebeu o nome de Santa Maria de La Consolación, provavelmente o cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, embora outros historiadores admitam ser a ponta de Mucuripe ou a ponta de Jabarana, no Ceará.
Velejou Vicente Pinzon mais para o norte do continente  e assim chegou ao estuário do Rio Amazonas. Deslumbrado com a largura do mesmo, a beleza da selva, denominou de mar Dulce. Saladino de Gusmão, em <<Riquezas e segredos da Amazônia>>, exibe uma gravura em que aparece a esquadra de Vicente Pinzon pego de surpresa pelo efeito da pororoca. Consta, outros – sim, que Vicente Pinzon nessa viagem travou uma forte luta com os nativos que ali dominavam, recolhendo alguns prisioneiros.
 

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