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domingo, maio 01, 2011

Mais de um milhão assistem à beatificação de João Paulo II Papa Bento XVI disse que decidiu acelerar o processo de beatificação devido à grande venera



01 de maio de 2011 | 7h 09

ROMA - Superando as previsões, mais de um milhão de peregrinos e fiéis vindos de várias partes do mundo lotaram neste domingo, 1, a cidade de Roma para assistir à cerimônia de beatificação do papa João Paulo II na praça de São Pedro, de acordo com o porta voz do Vaticano, citando fontes Carisma

A presença de mais de um milhão de pessoas, num clima de grande comoção, confirma mais uma vez o grande carisma de João Paulo II, que foi lembrado pelo papa Bento XVI no sermão que fez durante a cerimônia. Em sua homília, Bento XVI explicou que o motivo pelo qual decidiu acelerar o processo de beatificação - último estágio antes da santidade - de seu predecessor foi a grande veneração popular por João Paulo II.

"Passaram-se seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta praça para celebrar o funeral do papa João Paulo II. Já naquele dia sentíamos pairar o perfume de sua santidade, tendo o povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele". "Por isso, quis que a sua causa de beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia chegou porque assim quis o Senhor: João Paulo II é beato, por sua forte e generosa fé apostólica".

"Hoje nos nossos olhos brilha, na plena luz de Cristo ressuscitado, a amada e venerada figura de João Paulo II. Seu nome junta-se à série de santos e beatos que ele mesmo proclamou durante os quase 27 anos de pontificado".

Delegações oficiais

A cerimônia de beatificação de João Paulo II foi presidida pelo papa Bento XVI e concelebrada por todo o colégio cardinalício. Além dos peregrinos e fiéis vindos de diversos países, 87 delegações oficiais presenciaram a cerimônia. O Brasil foi representado pelo vice-presidente Michel Temer.

Logo no início da cerimônia, após a leitura de uma breve biografia de João Paulo II, o cardeal vigário de Roma, Agostino Vallini, pediu formalmente ao papa para inscrever o nome de seu predecessor no elenco dos beatos. O papa leu a fórmula da beatificação. "Concedemos que o venerável servo de Deus, João Paulo II, papa, de agora em diante, seja chamado de beato e seja celebrado no dia 22 de outubro".

Logo após a proclamação do novo beato, um grande retrato de João Paulo II foi exposto na fachada da basílica, sob os aplausos da multidão e o papa Bento XVI recebeu a relíquia que contém o sangue de Karol Wojtyla e a beijou.

Milagre

A relíquia foi entregue ao papa pela religiosa francesa Marie Simon Pierre Normand, que havia sido curada por intercessão de João Paulo II do mal de Parkinson. O milagre foi decisivo para a conclusão do processo de beatificação. Durante a homília, Bento XVI disse que, em seu testamento, João Paulo II recordou as palavras que lhe foram ditas ao ser eleito papa, pelo cardeal primaz da Polônia, Stefan Wyszynski: "A missão do novo papa será de introduzir a Igreja no terceiro Milênio".

Bento XVI disse que, no testamento, João Paulo II agradeceu por ter participado do Concílio Vaticano 2°, do qual disse sentir-se "devedor", e recordou também as palavras de seu predecessor em sua primeira missa solene, após ter sido eleito, em outubro de 1978. "Não tenhais medo, abri, melhor, escancarai as portas a Cristo".

"Aquilo que o papa recém-eleito pedia a todos, começou ele mesmo a fazê-lo. Abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos, econômicos, invertendo uma tendência que parecia irreversível. Ajudou os cristãos de todo o mundo a não ter medo de se dizer cristãos."

Marxismo x Cristianismo

Segundo o papa, João Paulo II favoreceu uma grande reflexão sobre a confrontação entre marxismo e cristianismo centrada no homem. E conquistou espaço para o cristianismo. "A sua mensagem foi esta: o homem é o caminho da Igreja e Cristo é o caminho do homem".

"Aquela carga de esperança que fora cedida ao marxismo e à ideologia do progresso, João Paulo II legitimamente reivindicou-a para o cristianismo, restituindo-lhe a fisionomia autêntica da esperança". Enfim, Bento XVI recordou os anos de convivência com seu predecessor. Joseph Ratzinger foi prefeito da congregação para a doutrina da fé, a mais importante da Santa Sé, durante 23 anos, desde 1982 até ser eleito papa em abril de 2005.

Após a cerimônia, o papa Bento XVI, seguido pelos cardeais, entrou na basílica de São Pedro, para fazer uma homenagem ao novo beato, diante do altar central, onde foi exposto o caixão que contém os restos mortais de João Paulo II. O caixão ficará exposto para a veneração dos fiéis e depois será colocado, de forma definitiva, na capela de São Sebastião, do lado direito da basílica de São Pedro, ao lado da Pietà de Michelangelo.

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da Secretaria de Segurança de Roma.

Em clima de exaltação, Bento XVI proclama João Paulo II beato

Mais de um milhão estão na praça São Pedro, no Vaticano; beatificação de papa é a primeira realizada por antecessor

01 de maio de 2011 | 5h 44

CIDADE DO VATICANO - Bento XVI proclamou neste domingo, 1, beato seu antecessor, João Paulo II (1920-2005), em uma cerimônia na praça de São Pedro do Vaticano. Mais de um milhão de pessoas, de todo o mundo, estão no local, acompanhando com exaltação. É a primeira vez que um papa beatifica seu antecessor.

Entrada

O papa Bento XVI chegou ao local no papamóvel, precedido de dezenas de cardeais. Ao chegar, foi aplaudido pelos presentes. Entre os cardeais pesentes em Roma está Mieczslaw Mokrzycki, que foi secretário de João Paulo II.

Na cerimônia, Bento XVI utilizou o mesmo cálice que o antecessor usou durante seus últimos anos. Ele vestiu uma estola e uma mitra que pertenceram a João Paulo II. Na fachada principal da basílica de São Pedro foi exposto um retrato de tamanho gigante do novo beato, no qual se vê Karol Wojtyla sorrindo com a estola vermelha, em uma foto de 1995.

A proclamação aconteceu depois que o cardeal vigário de Roma, Agostino Vallini, acompanhado do postulador da causa, o monsenhor polonês Slawomir Oder, solicitou ao papa a beatificação. Na sequência, houve a leitura de uma biografia do primeiro pontífice polonês da história, nascido em Wadowice em 18 de maio de 1920 e morto em Roma no dia 2 de abril de 2005.

"Acolhendo o desejo do cardeal Agostino Vallini, nosso vigário geral para a diocese de Roma, de outros irmãos no episcopado e de muitos fiéis e após ter obtido o parecer da Congregação para a Causa dos Santos, com Nossa Autoridade Apostólica concedemos que o venerável servo de Deus João Paulo II, papa, de agora em diante seja chamado beato", foi a fórmula de beatificação pronunciada por Bento XVI.

O papa estipulou que a festa litúrgica do novo beato seja realizada em 22 de outubro, aniversário do começo de seu Pontificado (em 1978). De acordo com a rádio do Vaticano, o culto, que inicialmente será limitado a Roma e à Polônia, país do papa, poderá ser realizado também em outros locais, "a pedido dos responsáveis de outras dioceses".

Após a proclamação, as câmaras de televisão focaram o caixão de João Paulo II, colocado perante o altar maior da basílica de São Pedro. Sobre o ataúde foi colocado o Evangeliário de Lorsch, de época medieval, um dos mais prezados evangeliários custodiados na Biblioteca Apostólica Vaticana. Contém os evangelhos de Lucas e João.

Na sequência, a freira polonesa Tobiana, que cuidou de João Paulo II até que ele morreu, e a francesa Marie Simon Pierre, cuja cura do mal de Parkinson de maneira inexplicável para a ciência motivou a beatificação do papa, levaram até o altar maior um artístico relicário fabricado para a ocasião.

Durante apenas seis anos de pontificado, Bento XVI já proclamou 34 santos e quase 600 beatos.

Cuba

O cardeal cubano Jaime Ortega está em Roma. De acordo com o enviado do Estado ao Vaticano, José Maria Mayrink, Cuba é o único país comunista com um representante na cerimônia de beatificação de João Paulo II. No sábado, Ortega disse que as igrejas católicas em Havana soariam os sinos para celebrar a beatificação.

Ainda em Cuba, o cardeal convocou os fiéis a uma missa que seria celebrada na catedral de Havana. Em janeiro de 1998, o papa João Paulo II realizou uma visita histórica ao país, que permitiu a reabertura das relações entre a Igreja e o regime comunista de Havana.

Durante o congresso do Partido Comunista de Cuba, no último dia 16 de abril, o presidente Raúl Castro elogiou o diálogo com a Igreja católica, marcado pelo "respeito mútuo, a lealdade e a transparência".

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