Esqueça Lisboa, Porto, Coimbra. Desbravando o interior do país, inspirado pelos antigos descobridores, você vai se deparar com cenários medievais e cardápios inesquecíveis
05 de abril de 2011 | 8h 00
Nathalia Molina/S. Alcantara
Senhores conversam na beira da estrada. Ladeira abaixo, a aldeia parece deserta. Apenas um homem caminha pela rua e se apressa em avisar que o carro não passa entre as casas de pedra. Mais indicado andar. Na torre do relógio, sobra tempo. As duas datas de construção - 1753 na base e 1880 no alto - apontam que desnecessária é a pressa.
No entanto, uma mulher corre. Assustada com os visitantes, bate a porta de casa. Outra, simpática, oferece ajuda. Quer saber de onde vêm. Conta dos parentes no Brasil, mas, sente, não conhece a família que viveu ali antes de tentar a vida na antiga colônia. Pouco a pouco, moradores vão surgindo e se juntam no largo central. Não, em Seixo Amarelo, na Serra da Estrela, ninguém sabe sobre aquelas pessoas. Acenos, o carro sobe a colina e o vilarejo retoma a cena. Senhores conversam na beira da estrada.
Descobrir é preciso, achar não é necessário no interior de Portugal. Um país, sua gente. Algo que pode ser visto por quem sai de Lisboa, Porto e Coimbra e se lança de carro em estradas regionais. Destinos como a medieval Óbidos e o Vale do Douro são passeios de um dia a partir dos grandes centros. Subverta os roteiros para anotar mais lugares no caderno de viagem. Fique.
Da pequena Sintra aos templários de Tomar, da Serra da Estrela aos vinhedos do Norte. Entre reis e rainhas, reviva a história dos livros. Experimente Portugal: na arquitetura de Batalha, no cabrito da Beira, no açúcar com ovos das sobremesas, no povo. Fazer o caminho de volta é redescobrir, na beira da estrada, do que somos feitos muitos de nós.
Vale a Viagem
Depois de visitar palácios e castelos, que tal uma noite de nobreza nos hotéis ao lado?
1 Palácio de Seteais
Na encosta de Sintra, o Palácio de Seteais, erguido no século 18, se transformou em um luxuoso hotel da rede Tivoli (tivolihotels.com). Tem 30 quartos, com diárias desde 136, e está a 800 metros do centro histórico. No restaurante, a elegância vem acompanhada por belas vistas, da Serra de Sintra e dos jardins da propriedade. Erguida para ser a residência de Daniel Gildemeester, na época cônsul da Holanda em Portugal, a construção conserva o requinte do passado e recebeu os confortos da modernidade, como televisão LCD e rede Wi-Fi. Os hóspedes dispõem ainda de piscina, quadras de tênis e centro equestre.
2 Casa das Senhoras Rainhas
Prefere dona Filipa ou Santa Isabel? Os dez quartos do Casa das Senhoras Rainhas, em Óbidos, foram batizados como a realeza. O tratamento é nobre logo na recepção, com cesta de frutas, bolo de chocolate com cobertura de ginjinha (licor típico) e uma pequena garrafa da bebida. À noite, um banho de banheira antes de decidir o café da manhã: em papéis separados deixados no quarto, rei e rainha escolhem o menu do dia seguinte. O hotel fica num cantinho da cidade, dentro da muralha, apreciada do restaurante e das varandas dos quartos. As diárias começam em 179.
3 Solar da rede
Despertar em cama de princesa, abrir a porta do balcão e contemplar o Douro. Estão diante dele 5 dos 29 quartos do Solar da Rede, em Mesão Frio. Uma propriedade de 40 hectares, a quinta do século 18 tem mobiliário de época na decoração e relembra a elegância da aristocracia do vinho do Porto. Integrante do grupo Pousadas de Portugal, o hotel cobra diárias a partir de 112. Tem piscina, terraço debruçado sobre o rio e restaurante. No charmoso ambiente, prove o saboroso lombinho com cogumelos assados e castanhas portuguesas.
Romantismo em Óbidos
A primeira lua de mel em Óbidos foi dos reis d. Dinis e d. Isabel, em 1282. De presente, a noiva ganhou a vila medieval. O lugar é de fato romântico, com ruas de pedras e branco casario. À noite, a iluminação acentua o ar poético. A cerca de 80 quilômetros ao norte da capital portuguesa, Óbidos é impactante já da estrada. Na forma de um imenso retângulo, a muralha de 1,5 quilômetro de extensão envolve o povoado.
Um dos mais gostosos passeios em Óbidos, aliás, é andar sobre a muralha, observando a paisagem por diversos ângulos. Lá embaixo, telhados se sobrepõem e quinas azuis e amarelas se enfileiram nas casas. É preciso cautela, pois não há proteção física. Dar a volta inteira pode levar duas horas, ou mais. São vários os pontos de acesso, o que permite descer e subir em qualquer parte. No verão, há visitas guiadas à vila, com saídas às 11h30 e às 15 horas do Posto de Turismo, fora da muralha.
Após a doação de d. Dinis, o vilarejo passou a integrar a Casa das Rainhas, conjunto de bens que até 1834 constituíram o dote das rainhas de Portugal. Assim, cada uma delas recebeu Óbidos ao se casar. E elas cuidaram bem do presente. D. Catarina de Áustria, por exemplo, mandou construir chafarizes e o aqueduto do século 16, com três quilômetros.
Os mouros chegaram ali no século 8. Quatrocentos anos depois, d. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, tomou a vila. O castelo de Óbidos fazia parte do sistema de defesa idealizado pelos templários para a região central do reino.
A construção, hoje reformada, se transformou na Pousada do Castelo. Com apenas nove quartos, faz parte do grupo Pousadas de Portugal. No restaurante, delícias como peito de pato com mel e laranja ao molho de figos e trouxa de ovos, enrolado doce e amarelo de doer.
Para continuar a maratona gastronômica, o Alcaide, na Rua Direita, combina o queijo Serra da Estrela com carne ou peixe: o filé mignon ao molho de vinho vem acompanhado de legumes e o bacalhau traz maçã assada e castanhas portuguesas. Continue na Rua Direita e suas transversais. É lá que você encontra a ginjinha de Óbidos, licor vermelho de ginja, uma frutinha agridoce.
Na Travessa de São Pedro, a Olaria de Óbidos tem modernas cerâmicas e azulejos pintados de azul e branco. Parte da identidade portuguesa, o azulejo é visto na cidade em diversas manifestações, desde mouriscos a exemplares do século 17. Dentro da porta principal da vila, um painel enfeita a capela-oratório de Nossa Senhora da Piedade, padroeira local.
Festas. Até o outono, há muitos eventos por lá, como o Festival de Ópera e a Semana Internacional de Piano. Mas o vilarejo se anima mesmo com os cavaleiros e as donzelas do Mercado Medieval, de 7 a 24 de julho, quando mercadores e outras figuras desfilam pela cidade.
Sintra
Patrimônio Mundial da Unesco desde 1995, Sintra se preocupa agora com outro tipo de preservação. A cidade, a apenas 30 quilômetros de Lisboa, criou a Confraria dos Sabores de Sintra, associação de produtores atentos a manter a tradição gastronômica local. Justíssimo, num lugar onde os nomes e as aparências dos doces convidam a uma boa comilança. O pão de ló é fofo de Belas, o folheado, travesseiro. E não há café que valha sem as queijadas.
Anote a receita: um dia é pouco para Sintra. É preciso tempo para ver (e também comer) o patrimônio da cidade. Enfiar-se no comércio das ruelas do centro histórico faz parte do programa, cujo desfecho pode ser diante de um bacalhau com natas, acompanhado de vinho. A sobremesa, tanto melhor se for na Piriquita, na Rua das Padarias, bem perto do Paço Real.
Em frente, dois grandes cones marcam a paisagem de Sintra. São as chaminés da cozinha do Palácio Nacional, refúgio de verão da família real. Provavelmente erguido sobre uma construção moura, ganhou diferentes estilos e dependências conforme se sucederam os vários reis de Portugal.
Do tempo de d. João I, as aves pintadas na Sala das Pegas representam as damas faladeiras da corte. Muitos dos sobrenomes que vieram parar no Brasil são lidos na estonteante Sala dos Brasões, da época de d. Manuel I.
Ainda no centro histórico, impressionam o palacete e o jardim da Quinta da Regaleira. Podem-se passar horas ali, mas o importante é não sair de lá sem ver o Poço Iniciático, uma torre ao contrário, que desce 27 metros de terra, numa escada em espiral.
Depois da Regaleira, a direção se inverte. No alto da montanha, destacam-se o Castelo dos Mouros, construção do século 9 que foi tomada pelo rei Afonso Henriques em 1147, e o Palácio da Pena, do século 19.
Administrados pela empresa pública Parques de Sintra, combinam bonita vegetação com maravilhosas vistas. Obra do romantismo, inspirada nas construções da Baviera, o palácio tem conservados os claustros e a capela do mosteiro que existia ali no século 16. Os azulejos da fachada, os terraços desnivelados e as guaritas de formatos diferentes compõem um belo cenário suspenso na mata, no fim de tarde de Sintra. Bom papo para um jantarzinho.
Alcobaça
Em 1139, d. Afonso Henriques derrota os mouros na Batalha de Ourique e se torna o primeiro rei de Portugal. Em 1385, a vitória é de d. João I sobre os castelhanos, na Batalha de Aljubarrota, garantindo a independência portuguesa em relação a Castela.
Separados por quase 250 anos, os episódios têm em comum a luta para formar e consolidar o Reino de Portugal. Uma história que mescla cavaleiros templários, reis e monges, contada num roteiro por Alcobaça, Batalha e Tomar, entre 100 e 140 quilômetros de Lisboa.
O enredo é ilustrado pela arquitetura majestosa de monumentos na lista de Patrimônios da Unesco, como o Mosteiro da Batalha, o Convento de Cristo, em Tomar, e o Mosteiro de Alcobaça. O encanto, porém, não se restringe ao palpável. As tantas representações da cruz dos templários, os muitos claustros e a ornamentação cuidadosa dos prédios trazem ora uma atmosfera medieval, ora uma lufada dos bons ventos da expansão marítima.
Esse roteiro de poder, aventura e religião começa com d. Afonso Henriques, o rei que lutou contra o domínio mouro. Ele doou aos religiosos da Ordem de Cister as terras onde foi erguida a Abadia de Santa Maria de Alcobaça (ou Mosteiro de Alcobaça) no século 12. E concedeu aos templários a área de Tomar, que se tornou sede dos cavaleiros em Portugal. Para manter o reino, era preciso povoar e, de quebra, ganhar influência com o papa.
Dois séculos e meio depois, a independência portuguesa esteve em risco, após a morte de d. Fernando, em 1383. O rei não deixou herdeiro e sua única filha era casada com o rei de Castela. A disputa terminou com a vitória de d. João I, o que lhe garantiu o trono (de 1385 a 1581). Em agradecimento a um suposto milagre da Virgem, ele mandou erguer o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, ou Mosteiro da Batalha. O lugar virou símbolo da Dinastia de Avis, inaugurada por d. João I.
A partir da construção inicial, as edificações de Alcobaça, Tomar e Batalha ganharam anexos ou passaram por reformas ao longo dos séculos. Ao lado dos estilos românico e gótico, surgiram o esplendor de detalhes do manuelino e elementos do barroco.
Ano de festa. Explore o centro de Tomar, onde estão a Sinagoga de Tomar, do século 15, e a Igreja de Santa Maria do Olival, panteão dos templários desde sua construção, no século 13. Guarda os restos mortais de d. Gualdim Pais, cavaleiro que lutou com d. Afonso Henriques contra os mouros e que, já mestre da Ordem, fundou o Castelo de Tomar.
Neste ano, de 2 a 11 de julho, ocorre na cidade seu mais famoso evento, a Festa dos Tabuleiros. Realizada de quatro em quatro anos, tem origem no culto ao Espírito Santo. Centenas de moças desfilam com tabuleiros na cabeça, em que se sobrepõem flores, pães e ramos de trigo. A pilha tem a altura da mulher que a carrega. No alto, uma coroa e a cruz ou a pomba do Espírito Santo. Ao menos nos ritos, poder e religião ainda andam juntos.
Sabor de vinho do Porto
A mais antiga região vinícola do mundo, criada pelo Marquês de Pombal em 1756, revela-se perfeita para apreciar os prazeres mais simples: beber, comer e dormir bem
Sobe, desce, o rio. Desenhos como tranças a repartir as montanhas, sobre o rio. Caminhos sinuosos, num esconde-esconde com o rio. Vilas, à beira do rio, mirantes, do alto do rio. O Douro corre a nos acompanhar, como se guiasse ele mesmo o carro entre os vinhedos.
Percorrer a mais antiga região vinícola demarcada do mundo é se deixar levar pela água. E pelo vinho. Beber bem, comer bem, dormir bem. Seguir o curso natural, seduzido pelo rubi da taça e pelo verde ao redor. "Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso de natureza", como descreveu o escritor Miguel Torga (1907-1995), em seu Diário XII, em trecho reproduzido num painel de azulejos no Miradouro de São Leonardo da Galafura, perto de Peso da Régua, no Vale do Douro.
O solo de xisto, as assimetrias das encostas e o trabalho do homem desenharam o Alto Douro Vinhateiro, declarado Patrimônio Mundial pela Unesco em 2001. A antiga região vinícola demarcada foi instituída por Marquês de Pombal, em 1756. Dali sai o vinho do Porto, licoroso conhecido mundialmente - não vá embora sem o seu exemplar.
De Mesão Frio (distante 85 quilômetros do Porto) a Freixo de Espada-à-Cinta (a 180 quilômetros da mesma cidade), o Vale do Douro se divide em três sub-regiões. Área verde de grande produtividade, o Baixo Corgo inclui Mesão Frio e Peso da Régua.
Cenários. Seguindo o rio rumo ao leste, a paisagem ganha tons de pedra no Cima Corgo, que se estende de Pinhão a São João da Pesqueira. De lá a Freixo de Espada-à-Cinta, fica o Douro Superior, onde há menos produtores e os vinhedos convivem com oliveiras e amendoeiras.
As principais quintas estão na área entre as cidades de Mesão Frio e Pinhão, passando por Peso da Régua, onde está localizada a sede da Associação de Aderentes da Rota do Vinho do Porto. Criada em 1998 para desenvolver o roteiro lançado dois anos antes, reúne atualmente 78 participantes ligados à cultura do vinho, entre produtores, restaurantes, hotéis e empresas de turismo.
Por ali, você encontra lugares convidativos como a Casa Torres de Oliveira, em Mesão Frio, que oferecem aos visitantes tanto a prova de vinhos quanto a acomodação. Na associação, é possível marcar visitas a caves e vinhedos e agendar a participação nos eventos mais tradicionais: a colheita (vindima) e a pisa da uva (lagarada). E ainda pode reservar serviços de hospedagem, alimentação e transporte.
Passeio no tempo. Peso da Régua, como você vai perceber, é uma espécie de capital da região. Destacou-se na produção e no comércio do vinho do Porto desde que o Marquês de Pombal fundou ali a Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro.
Em pipas, a bebida era levada pelo curso do Douro até chegar à Vila Nova de Gaia, que concentra as caves dos produtores, na margem oposta do rio em relação à cidade do Porto. O meio de transporte eram os barcos rabelos, inspiração para o docinho de mesmo nome, encontrado em Peso da Régua. Feito com farinha de arroz, amido de milho, ovos, açúcar, canela, amêndoa e vinho do Porto, tem a forma das antigas embarcações. E o melhor de tudo: é uma delícia.
Hoje turistas podem navegar pelo Douro em cruzeiros a partir da cidade do Porto ou em trechos menores entre Peso da Régua e Pinhão, por exemplo. Empresas como a Douro Azul e a Barcadouro trabalham com esses passeios.
Quem, ao invés de usar um carro alugado, preferir explorar o país de transporte público, pode sair da cidade do Porto de trem. No caminho até Douro, há paradas em Régua, Pinhão, Tua e Pocinho. Na estação de Pinhão, repare nos painéis de azulejos, decorados com cenas do processo produtivo do vinho e paisagens dos arredores.
Durante a vindima, que ocorre nos fins de semana de setembro, a Comboios de Portugal oferece programa especial de um dia, incluindo visita a uma quinta e participação na pisa da uva. De 23 de julho a 1.º de outubro, um trajeto da empresa pelo Douro chama atenção: uma locomotiva a vapor, do início do século 20, leva os passageiros em vagões de madeira de Régua ao Tua. Sobre trilhos, montanhas, vinhedos, o contorno do rio.
Pão e lã nos museus de Serra da Estrela
Entre vias sinuosas, surgem vales, nascentes e cidadezinhas pitorescas, preocupadas em guardar na memória a essência da vida no campo
Nada de quadros e esculturas: artigos de museu na Serra da Estrela são azeite, pão e lã. Cultura com a essência da vida no campo. Neste maciço, que se eleva ao ponto mais alto de Portugal continental, a quase 2 mil metros de altitude, importante mesmo são as ovelhas. Especialmente as da raça bordaleira, que rendem à região o mais saboroso queijo do país: o Serra da Estrela, com Denominação de Origem.
Aldeias, vales glaciares e as nascentes dos Rios Mondego e Zêzere compõem o cenário. Parte da área é protegida pelo Parque Natural da Serra da Estrela, de 88.850 hectares, dividido entre Manteigas, Seia, Covilhã, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira. Quem sai de Seia em direção a Covilhã passa pelo ponto mais alto: a Torre, a 1.993 metros de altitude. Além do belo visual, o lugar abriga um pequeno comércio com produtos regionais.
Viaje de dia, pela paisagem e pela cautela com as curvas da estrada. Atenção ainda aos horários das atrações. Respeitando a rotina local, algumas fecham para almoço. Se quiser fazer atividades ao ar livre, vá de maio a outubro - no resto do ano, a temperatura cai muito, e o inverno é de neve. Descubra abaixo as diferentes vocações turísticas da região:
Pão com queijo: Seia. A história e a arte de se fazer pão são o tema do Museu do Pão, que também trata da relação do alimento com política e religião. Não poderia faltar a reprodução de uma mercearia para faturar um pão de milho fresquinho na saída. Em Seia fica a Casa Matias, que produz o Serra da Estrela há quatro gerações. Aproveite, o queijo é vendido a 17,50 o quilo (mas você não pode trazer para o Brasil por causa das leis sanitárias). Pode-se conhecer o processo de fabricação em visitas guiadas, agendadas com antecedência.
Fios e tintas: Covilhã. Em 1764, por influência do Marquês de Pombal, o rei d. José I mandou fundar a Real Fábrica de Panos em Covilhã. Os tecidos confeccionados e tingidos ali eram usados nas fardas do exército no reino e nas colônias portuguesas. Hoje, o local é um dos núcleos do Museu de Lanifícios, da Universidade da Beira Interior, que recuperou as áreas de tinturaria, em operação até o fim do século 19. Em outro edifício do mesmo período, na Real Fábrica Veiga, a exposição permanente mostra as fases do processo industrial para transformar lã em tecido.
A pé ou de bike: Manteigas. A Serra da Estrela é indicada para trekking e mountain bike. Um dos pontos de partida para circuitos de aventura é Manteigas, a 750 metros de altitude, onde fica a sede do Parque Natural Serra da Estrela. Há vários percursos sugeridos no projeto Manteigas Trilhos Verdes. Muitos são de médio ou alto grau de dificuldade. Entre os mais simples, a Rota do Sol dura 2h30 e proporciona uma panorâmica do Vale Glaciar do Zêzere.
História próxima: Belmonte. Aqui nasceu um senhor bem conhecido dos brasileiros: Pedro Álvares Cabral. O Descobrimento é lembrado na praça central, com a estátua do navegador e um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, e no Museu das Descobertas. Restos mortais do descobridor estão no Panteão dos Cabrais, na românica Igreja de São Tiago, no Largo do Castelo. Residência da família Cabral até o fim do século 17, a construção fica no alto da cidade, que integra o circuito de aldeias históricas portuguesas. Passe ainda no Lagar de Belmonte, sede do Museu do Azeite.
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