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terça-feira, março 15, 2011

ESPANHA 2011 (é bom não perder)

Seja no imbatível trio Sevilha-Córdoba-Granada ou em cidades menos conhecidas, como Ronda e Marbella, na região você vai encontrar as feições mais autênticas do país

15 de março de 2011 | 7h 00

No grito do toureiro, no compasso da castanhola. Nas festanças e procissões religiosas, no clima quente, no sangue quente. À mesa, enfim, a Andaluzia é pura essência. É onde a Espanha é mais Espanha. De Sevilha, Granada e Córdoba, o trio mais essencial da região, às praias da Costa del Sol, tudo segue um ritmo especial. Há muito o que ver e fazer - antes ou depois da siesta, claro (ainda se curti este lado bom do passado, que para muitos já se perdeu na curva do tempo. Dormir a tarde).

A Andaluzia tem um riquíssimo patrimônio histórico, cultural e natural. Espere ver milhares de vielas de pedra e vilarejos brancos. Ruas tomadas por laranjeiras e construções árabes monumentais - ou o que dizer da Alhambra de Granada ou da Mesquita de Córdoba? Fácil explicar: foi nessa região à beira do Mediterrâneo, ponte para a África, que os mouros permaneceram por séculos e, onde, deixaram sua marca.

Ao assistir a uma tourada ou a um show de flamenco, ao provar a mais deliciosa tapa e ao sentir o calor humano nas ruas, você terá certeza de estar na mais autêntica Espanha. Se for durante a Páscoa ou a Feira de Abril, os eventos mais esperados do ano, tanto melhor. Só não fique menos de uma semana por lá, ou vai se arrepender.

Sevilha é o ícone da região, a capital cultural e econômica e disparada uma das cidades mais lindas de todo o país. Merece a maior parte do seu roteiro e vai ganhá-lo à primeira vista.

É só bater o olho na Giralda e na construção gótica de sua catedral para se convencer. A torre de quase 100 metros de altura foi construída no século 12 como minarete de uma mesquita. Hoje, é um símbolo que guia os turistas por Sevilha. Do alto de seus 97,5 metros, a melhor panorâmica da cidade, em 360 graus: o Rio Guadalquivir, a Plaza de Toros, os telhados ocre...

Dali é fácil chegar aos portões do Real Alcázar, o complexo de palácios erguido pelo primeiro califa andaluz, Abd al-Rahman III. O conjunto foi crescendo ao longo da dinastia com a ajuda de artesãos muçulmanos, que construíram jardins, pátios com fontes e salões no estilo mudéjar.

O palácio Pedro I é o principal - foi feito em 1364 para ser a residência real. Ali o olhar se perde diante de tantos detalhes, tanto brilho. Repare nos azulejos e nas tapeçarias. Na madeira dourada e entrelaçada que enfeita arcos, janelas e portais.

Você também vai cair de amores pelas ruas e praças floridas, pelos becos e pelas pastelerías de Santa Cruz, antigo reduto dos judeus. Passar horas a fio perdido nesse novelo, entre lojas, pátios mouros e restaurantes, é o melhor programa. Na Calle Mateos Gago, sente-se no Bar Giralda, que tem as tapas mais originais que você já comeu.

Caminhar entre os jardins à beira do Rio Guadalquivir, dar de cara com a Torre del Oro e descansar à sombra da Plaza de España é para se encantar de vez, huuum!....e como, especialmente quando vamos bem acompnhado... Depois, vá à Plaza de Toros do século 18, a segunda mais antiga da Espanha em funcionamento - a época das touradas começa mês que vem. Ou pelo menos faça uma visita guiada, que passa pelo museu e pela arena, onde é impossível não ouvir o grito do toureiro.

À noite, sentado em um íntimo pátio andaluz, deixe-se levar pelo ritmo do flamenco. De arrepiar a alma, na batida do violão, no compasso da castanhola.

No ritmo Flamenco

O movimento das cordas, dos dedos ágeis, o som que hipnotiza. Uma voz rouca e grave, puxa e envolve. O movimento no vestido rodado, no contorno das mãos, no vaivém da cintura. Expressão dura e triste. A flor no cabelo, o sapatear forte. Estalar dos dedos, da língua, da respiração ofegante.

Sentimentos, muitos. Vira o rosto, joga a cabeça, vem, cintura, vai, dedos, mãos, sapateia, sapateia. Olhar fixo, respira, no ritmo das cordas, no compasso das batidas, na marcação dos tacones, dos pés, da voz rouca.

O movimento da sedução, no rosto, nos pés, nas mãos. Olhar fixo e apaixonado, leve sorriso, galanteador. Pisa forte, revira joelhos, no estalo dos dedos, da língua, das cordas. Respira, sua, tira o paletó, dobra a camisa. Mira, sapateia, bate perna. Bate palma, palma na perna, palma no ombro, palma na mão. Vira, grita, seduz. Com o estalo dos dedos, da língua, da palma, do violão. Olé! Isto é Espanha!!...

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